Ter um mascote (boneco da turma) em sala não é uma tarefa tão fácil porém é muito significativo e enriquecedor. Não é tão fácil pois é algo que deve ser muito bem planejado e administrado. O mascote não é qualquer boneco, ele é um símbolo que deve ser recebido e trabalhado com a turma toda. Com ele despertamos a responsabilidade e a afetividade dos alunos, mas enquanto professores de língua estrangeira não podemos esquecer que nossa matéria deve ser aplicada e a oralidade ganha muito com este projeto.
O mascote pode ser apresentado a qualquer momento do ano letivo. Ele pode ser usado somente em sala ou pode também ser enviado para a casa dos alunos. Temos que decidir a melhor aplicação desse projeto levando em consideração a nossa realidade escolar (se os pais ou responsáveis pelos alunos se envolvem e são presentes, se tem responsabilidade com os pedidos da escola...), tempo necessário que ocupará das aulas regulares e delimitar um objetivo claro.
Para escolher o brinquedo também não há regras, ele pode ser de qualquer material (de preferencia algo bem resistente) e pode ter uma forma humana, animal ou indefinida. A escolha pode ser feita através de uma história ou música já trabalhada em sala. Quando o professor já tem um brinquedo em mente para usar, pode apresentar o personagem pronto ou pode deixar que os alunos escolham seu nome e pequena biografia (de onde vem, interesses...) através de sugestões e votação. No caso dos alunos construírem o personagem o processo pode ser inverso, eles podem fazer esse personagem primeiro, através de brincadeiras, desenhos... e só então a figura final do boneco ser confeccionada. Há ainda a possibilidade do boneco ser construído em forma conjunta pelos alunos,
AQUI temos o exemplo de boneco viajante que foi sendo construído, a ideia é super válida, porém temos que adaptar para o objetivo da nossa matéria, ou seja, o uso da língua estrangeira. Acredito que os alunos maiorzinhos do terceiro ao quinto ano do EF iriam se divertir fazendo assim.
Quando usado em sala o mascote é um excelente apoio pedagógico de estímulo e ajuda a reforçar comportamentos positivos. É ele quem deve trazer as novidades para a turma. Quando enviado para a casa dos alunos é um excelente meio de envolver a família na aprendizagem. Para que isso dê certo os responsáveis têm que ser participativos pois as crianças precisarão de ajuda com a tarefa enviada e com o cuidado do brinquedo e material pois tudo deve retornar no prazo estabelecido e sem avarias. É importante primeiro apresentar o projeto aos responsáveis numa reunião explicando os objetivos e as regras. Sobre o prazo, também vai depender da realidade de cada professor, pode variar de um dia a uma semana, cada professor deve pensar em sua carga horária e se vai conseguir entregar e receber o mascote em mãos de cada aluno, caso não haja essa possibilidade, já que a maioria de nós tem uma, no máximo duas aulas semanais por turma, estabelecer uma parceria com a coordenação é uma boa saída, pois nem sempre estaremos presentes ou disponíveis.
Quanto as atividades para serem feitas em casa, é importante enviar um caderno junto, que será o diário de registro do projeto, para ser preenchido por todos em sua vez. Nele devem conter primeiramente uma apresentação e explicação do que é esperado e as atividades escolhidas.
É interessante que as crianças possam responder de forma pessoal a algo direcionado para a língua estrangeira e por fim deixem um desenho ou pequeno texto sobre como foi a estadia do brinquedo com elas. O mascote pode ainda ir acompanhado de coisas que o professor julgar interessantes para o tema trabalhado, como um CD ou DVD (isso é bom porque além de ser um lazer, os responsáveis que não tenham conhecimento sobre inglês podem acompanhar o conteúdo), um livro com alguma historinha, algum joguinho, kits com objetos para brincadeiras que direcionem para o vocabulário que o professor deseja, etc. Aqueles que puderem ou quiserem podem enviar fotos para serem acrescentadas ao caderno ou algum mural do projeto. Na aula seguinte a criança deve apresentar para os colegas como foi a sua experiência.
Quando o boneco cumprir todo o roteiro de visitação é importante dar um retorno aos responsáveis, expondo em outra reunião os resultados do projeto, parabenizando a parceria e incentivo às crianças.
Algumas ideias relevantes:
Quando levamos um personagem pronto devemos construir sua história de modo a tirar o máximo proveito das informações para aplicar em nosso planejamento regular, por exemplo:
-O mascote pode ser estrangeiro, vir de um país da língua inglesa e ir apresentando lugares e aspectos culturais para a turma. Essa abordagem também funciona muito bem com o projeto de levar para casa, assim os alunos trocam experiência com ele, mostrando sua rotina, lugares, coisas favoritas... trabalhando esses vocabulários de uma forma muito lúdica.
-Podemos construir flashcards com base nesse brinquedo, personalizando o material da classe, usando como apoio para vários temas, como por exemplo apresentar a família desse personagem.
-Quando o personagem tem ao menos dez anos conseguimos trabalhar esses números facilmente fazendo uma "festa de aniversário" para ele, ou seja, trabalhando o tema com atividades em classe.
A princípio o projeto parece fazer muito sucesso apenas com os alunos mais novinhos, porém alunos mais velhos do EF, do quinto ou sexto ano por exemplo, também se interessam por brincadeiras, o importante é adaptar a aplicação ao perfil da sala. Algumas sugestões de direcionamento:
-Os alunos podem ter a proposta de construir um diário ou livro de histórias sobre o mascote, tendo assim que produzir textos e outros registros.
-Se a maioria dos alunos tiver acesso a celular e a câmeras aproveite para pedir fotos e vídeos, o mascote pode vir a ter até um perfil no instagram, peça obviamente que as legendas e falas sejam sempre em inglês.
-O mascote pode ser um "youtuber" divida a sala em grupos e peça para que cada grupo produza um vídeo sobre determinado assunto.
E você? já aplicou esse recurso em sala? me conta sua experiência ;)
Bye!